Os Estados Unidos e a Turquia concluíram no mês passado um acordo para criar uma zona tampão no nordeste sírio. Esta zona deve separar a fronteira turca dos territórios controlados pela milícia curda Unidades de Proteção do Povo, considerada por Ancara um grupo terrorista.
Essa milícia tem sido um parceiro-chave de Washington na luta contra o grupo 'jihadista' Estado Islâmico.
Antes, Erdogan tinha avisado Washington que a Turquia esperaria até ao fim de setembro por resultados concretos para a instalação da referida zona tampão antes de desencadear uma operação contra a milícia curda.
O chefe da diplomacia turca, Mevlut Cavusoglu, acusou os Estados Unidos de fazerem esforços "apenas cosméticos" quanto a este projeto.
A questão será discutida pelos presidentes dos Estados Unidos e da Turquia durante a deslocação de Erdogan a Nova Iorque.
No início de setembro, turcos e norte-americanos efetuaram a primeira patrulha conjunta no nordeste da Síria, no setor que previsto para a dita "zona de segurança".
Erdogan também declarou que até três milhões de sírios podem ser repatriados para essa zona provenientes da Europa e da Turquia, onde mais de 3,7 milhões se refugiaram.
Na quarta-feira, um responsável do Pentágono sublinhou que os Estados Unidos continuavam a equipar as forças curdas com armas e veículos para que continuem a luta contra o Estado Islâmico no nordeste da Síria, apesar da criação da zona de segurança na fronteira turca.
"Não queremos entrar em confrontação com os Estados Unidos, mas não nos podemos dar ao luxo de ignorar o apoio dos Estados Unidos a organizações terroristas", afirmou Erdogan.
A Turquia já lançou operações no nordeste da Síria contra o grupo 'jihadista' em 2016 e contra a referida milícia no início de 2018.